Iniciar um álbum com “O Fim” é, não só original, mas também peculiar e até engraçado. Numa espécie de “ode” a uma entrada teatral, esta introdução bem composta emana energia e sugere um álbum bastante mexido. Acabando “The End”, começa “Dead”, que embora tenha um nome um tanto mórbido continua o seguimento energético deixado pela faixa anterior.
Com as vocais bastante emocionais e sentidas, chegando até mesmo ao ponto de desafino, e com todo o instrumental devidamente a acompanhar, pois durante os solos as guitarras chegam a chorar, todo o conceito do próprio álbum se faz sentir, e nenhuma faixa descreve melhor isso que “Welcome To The Black Parade”, uma faixa teatral com um início de fanfarra que transacciona para um ritmo que introduz mais uma vez a energia. Pode ser considerado um hino à esperança como um requiem para os momentos menos bons.
Após sermos apresentados formalmente à “Black Parade” encontramos “I Don’t Love You”, a faixa que pode ser considerada a impulsionadora do sucesso desta banda por entre o público mais soft e comercial.
“House Of Wolves” relembra-nos o Punk da viragem da década de 80 para a de 90, num Punk já composto e frenético, bastante vivo e de tirar o fôlego aos fãs mais ferrenhos da música energética.
E após o desgaste completo de energia somos ajudados a encarnar um doente terminal com cancro em “Cancer”. A maneira crua e profunda como os sentimentos deste personagem nos são trazidos é a mais pura que se pode ouvir, numa balada bastante chorada e calma como alguém que desliza lentamente para a morte.
Seguem-se altos e baixos com os contrastes entre faixas, ora energeticamente tocadas num tom Punk, ou demasiado calmas para se conseguir sequer pensar em fazer headbang. No meio destas destaca-se “Teenagers”, a faixa mais apontada para o público mais comercial, a fazer par com “I Don't Love You” anteriormente referida, e que dá graças da faceta mais pop do grupo.
Num álbum que contrasta demasiado entre o “energético explosivo” e a “calma de morto” (esta mistura pode não ser aceitável a grande parte dos ouvintes) e com as letras sempre do mais sarcasticamente realistas, talvez seja melhor colocar o leitor de cd’s no aleatório e já estar preparado para a surpresa de faixas que pouco se relacionam com as outras.
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