domingo, 31 de janeiro de 2010

In Flames, Come Clarity (2006)

Death Metal Melódico


Nada mais animador para dar início a um álbum que uma música denominada “Take This Life”, que o digam todos os fãs de In Flames. Falamos de “Come Clarity”, um dos álbuns da banda sueca de Death Metal Melódico, In Flames. Com riffs soberbos e os death screams inconfundíveis de Anders Fridén, se bem que inicialmente In Flames era uma banda apenas instrumental convidando alguns vocalizas a emprestar a voz em algumas das faixas dos álbuns até que Anders passou a fazer parte integral na banda, no entanto o seu registo era grunting/gorwling e só depois o death scream, esta banda já percorreu um enorme caminho.

Faixas cheias de emoções nas guitarras, poder frenético na bateria e agressividade e desespero nas partes vocais, fazem parte deste “Come Clarity”, talvez o álbum mais abrangente em termos de diversidade sonora, viajando entre pura agressividade e calma filosófica.

Analisando as faixas que se destacam, começamos pela primeira, “Take This Life” que demonstra todo o desespero do modo mais agressivo que apenas In Flames sabem, demonstrar.

Em seguida falamos da quarta faixa deste álbum, “Dead End”, que conta com a participação especial de Lisa Miskovsky, transformando uma música de death metal melódico num diálogo entre “o anjinho e o diabinho”, o “já não há nada a fazer” e o “não vou baixar os braços”, contrastando brutalmente a voz lírica e calma de Lisa com os berros estridentes de Anders.

Faixa número seis, encontramo-nos mais ou menos a meio do álbum e é tempo de algo mais calmo nesta faixa que partilha o nome com o álbum, falamos, claro está, de “Come Clarity”. Nada de agressividade, apenas um pedido desesperado de alguém que se vê desgostoso do mundo em que vive, alegando que a sua alma está pintando desenhos de tempos inocentes e que não quer viver num sonho mais um dia, junta-se-lhe um solo de guitarra quase que chorado e temos uma faixa na qual a letra é bastante clara e que nos deixa com saudades de um passado às tantas já distante.

Não saltamos a faixa, e continuando numa de falar do passado que já não volta, aproveitamos a onda e ouvimos “Vacuum”, apenas se interligando com a faixa anterior pelo tema da letra. Totalmente robusta e agressiva, alegando que nos esquecemos do que é viver. Uma pequena curiosidade, e se me é permitido uma opinião pessoal (embora seja considerado pouco profissional), mas tendo em conta todo o conteúdo deste tema musical, a bateria pode ter aqui um papel especial, uma vez que se trata do tempo que perdemos e no qual vemos a vida passar-nos à frente, visto que quando Anders fala mais no geral e toca no assunto mais de leve a bateria ouve-se mais calma, mais ao longe, mas quando os death screams voltam a falar directamente ao ouvinte a bateria muda completamente para algo muito mais rápido e agressivo, querendo assim associar ao tempo que perdemos, ou seja, cada vez que a baqueta toca nos pratos ou tambores da bateria o som representa cada momento da nossa vida que se esvai.

A última faixa deste registo, a número treze, “Your Bedtime Story Is Scaring Everyone”, é algo que decerto não queremos ouvir antes de adormecer. Uma faixa estranha, com o que parece ser excertos de programas de televisão ou rádio, acompanhados por teclas de um piano, mas passados cerca de dois terços da música entram o resto dos instrumentos e voz e torna-se uma faixa estranha numa melodia lenta mas agressiva por alguns segundos que depois passa a ser apenas piano e dá assim por terminado este álbum.

“Come Clarity” é um álbum um tanto filosófico e revoltoso, com a melodia das guitarras sempre presente, a bateria que nos faz acompanhar com a banda todos os segundos de cada música e a voz, quer limpa quer gritada, que faz passar a mensagem da melhor maneira possível.


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