domingo, 26 de maio de 2013

Daft Punk, Random Access Memories (2013)


Electrónica

Random Access Memories, o mais recente álbum do duo Daft Punk, pode ser algo difícil de digerir. Primeiro por ser um nome já bem conhecido e mais que afirmado, há muita gente a esperar muita coisa, demasiada coisa, e podem ficar com as suas espectativas um pouco desviadas; em segundo lugar a sua estrutura, para mim não foi aquilo a que estava mais habituado a ouvir, e tem bastantes artistas convidados de diversos ramos, o que é bom no produto final, mas pode desagradar a quem seja mais "purista" (purismo na música é, creio eu, algo bastante relativo). É mais lento, mais introspectivo, como se fosse algo pouco concreto, uma memória esfumaçada de algo que aconteceu num sonho ou numa outra vida, e talvez por essa sensação o nome não poderia fazer mais sentido. Pode ter uma vibe um pouco down em certos pontos e caso estejamos propícios a isso. Ao mesmo tempo transporta-nos para uma outra dimensão por alguns momentos. É bom de ouvir, sabe bem no subconsciente.

RECOMENDADO

domingo, 22 de janeiro de 2012

Ai Se Eu Te Pego!

Bom dia, boa tarde, boa noite ou bom lusco-fusco consoante a hora a que estiverem a ler.
Ora, se as suas excelências sairam à rua nas últimas semanas (já para não dizer meses), ou se a rua irrompeu pelas suas moradias adentro, já se deram conta do enorme sucesso que a música "Ai Se Eu Te Pego", assinada por Michel Teló, tem vindo a carregar. Como não podia deixar de ser onde há fama, há inveja, e rapidamente surgiu um vasto número de versões (versões adaptadas, covers, ou simplesmente cópias escarrapachadas), algumas delas com mais sucesso que outras, mas este está certamente presente em todas. Para vos reavivar a memória deixo-vos aqui a versão dita explosiva.



E com este ponto de referência partimos para uma enorme aventura de cor, emoção e desespero. Abaixo encontram-se alguns videos de algumas versões, umas pelo seu sucesso, outras pela sua tentativa e força de vontade, tanto por artistas como por aqueles que não estão ligados à música.

INGLÊS
Esta versão é-nos apresentada pelo próprio artista, que, como qualquer cantor que obtenha o reconhecimento internacional, sentiu necessidade de trazer ao mundo uma nova versão, uma versão cujo conteúdo lírico fosse compreendido por um leque mais vasto de ouvintes. E assim surge isto:


HOLANDÊS



POLACO


ITALIANO


FRANCÊS


ESPANHOL



JAPONÊS





PORTUGUÊS
Para começar a vaga daquelas que todos nós vamos compreender fica uma remistura com vários elementos à mistura:


Chegamos assim ao nosso cantinho na Europa, a seguinte versão é apresentada como sendo de Pedro Abrunhosa, no entanto não nos devemos iludir, pois não se trata do conhecido músico, mas sim de Miguel Correia:


E uma vez no campo de artistas portugueses conhecidos, temos desta vez a versão do, já esperado, José Malhoa:


Finaliza-se esta enorme vaga de versões com aquela que, em suma, resume toda esta situação:


Finalmente! Este assunto ficou arrumado! O quê? Acreditariamos mesmo nisso? No entanto desta vez a coisa muda de figura. Voltaremos então ao original.
Como é de conhecimento público, "Ai Se Eu Te Pego" é uma música do artista sertanejo Michel Teló. Errado! Com alguma pesquisa se descobre que Michel apoderou-se nesta música após ter sido apresentada por "Cangaia Do Jegue". Fica então abaixo "O" original:


Espero que tenham ficado entretidos com este bocado de informação um tanto desnecessária mas... Pensavam que tinha acabado não é? Mais uma vez "O" original não é tão original quanto isso, pois a música foi escrita e originalmente tocada a primeira vez, a estrear mesmo, pelo grupo denominado "Os Meninos de Seu Zeh". Desta vez sim, deslumbram a matéria prima deste descalabro. Convosco, senhoras e senhores, "O ORIGINAL" original:

domingo, 8 de janeiro de 2012

Shoot The Girl First (2009-Presente)

Electrocore

Os franceses Shoot The Girl First trazem-nos o seu som pesado e o seu nome controverso (pode ser mal entendido uma vez que é uma rapariga que faz o trabalho por trás das teclas) da forma mais bruta e contagiante possível. Uma banda a dar uma olhadela para os que gostam da fatia mais pesada do mundo da música assim como para os amantes da facção electrónica. Pode não ser algo que agrade às maiorias, mas, como disse Fernando Pessoa, “primeiro estranha-se e depois entranha-se”.

Podem dar ouvidos a esta banda através do seu facebook, myspace e youtube!


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sum 41, Screaming Bloody Murder (2011)

Punk Rock

“Screaming Bloody Murder” é o regresso de uma das mais emblemáticas bandas do Punk Rock, Sum 41. Este registo mostra-se mais pesado logo no início, e muito mais composto! Com partes energéticas e outras mais calmas, mas sempre poderosas.

A faixa que dá nome ao álbum, “Screaming Bloody Murder”, puxa um lado mais metaleiros destes rapazes, ao presentear-nos com uma boa mistura de peso e Punk, mas não passando a linha do Hardcore. Traz-nos reminiscências dos seus primeiros trabalhos, da altura em que eram jovens revoltados cheios de energia que necessitava de ser expelida.

“Skumfuk” apresenta-se de mansinho, e pensamos estar perante a primeira balada do álbum, mas a meio esta dá-nos a volta e demonstra-se na realidade como um hino do Punk.

“Jessica Kills” é Punk. Ponto. Traz muitas lembranças da faixa “Still Waiting” do álbum “Does This Look Infected”. Tem a atitude Punk, o ambiente Punk, o espírito Punk. Bateria ritmada, as guitarras lado a lado com bateria e baixo, e a voz agressiva e rápida, para além de que o conteúdo da letra desta faixa é totalmente adolescente, ou seja, sexual.

Vamos no segundo terço do álbum e continuamos com óptimo trabalho, apenas mais calmo, com a faixa “What Am I To Say”, a número 6. Aqui começa a poeira a assentar, mas apenas porque não há já tanta explosão de sons. A faixa seguinte continua não sendo tão pesada ou mexida, mas tem uma óptima entrada de piano que surpreende.

“Sick Of Everyone” mostra mais um lado que talvez desconhecêssemos de Sum 41, um pouco mais experimental, mais teatral se quiserem, mas com a sua assinatura no refrão.

Um dos pontos altos deste álbum reside na faixa “Crash”, a mais calma, na qual ouvimos um maravilhoso refrão “I don’t wanna die / I don’t know why” e que é talvez a melhor letra de todo o álbum.

Já a começar a ver o fim dos 48:32 minutos deste leque de 14 músicas, voltamos a ter algo mais pesado, mas com alguns elementos retirados do pop.

“Screaming Bloody Murder” é sem dúvida, um dos melhores trabalhos de Sum 41. Variado, cheio de energia, sentimento e trabalho, é o melhor regresso que qualquer banda poderia ter. Dá vontade de dizer “Senti falta destes gajos!”.


RECOMENDADO

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Escape The Fate, Escape The Fate (2010)

Post-Hardcore


Início de álbum convidativo. Uma faixa calma com um q.b. de chamamento a revolução pelas palavras “choose your fate”.

Assim que esta introdução termina ouve-se o som mais normal de Escape The Fate, trazido pela faixa “Massacre”. Bateria, guitarras, berros, o comum nestes rapazes.

“Issues” é algo mais soft, mais experimental talvez. Não lhes saiu mal, mas também não lhes saiu totalmente bem. É a típica faixa que não aquece nem arrefece.

“Zombie Dance” é uma faixa mais pop, mais fraca. Por esta altura o álbum começa a perder qualidade.

Continuamos com o mesmo nível de qualidade decrescente, no entanto o solo desta faixa, “Gorgeous Nightmare” salva o registo. Uma faixa que só se ouve pelo solo.

Voltamos às experiencias e ao lado pop em “City Of Sin”, mais uma vez com o solo a salvar a integridade da música, ainda que seja ma faixa contagiante.

Com metade do álbum já ouvido parece que voltamos ao inicio uma vez que a sonoridade pesada volta em “Day Of Wreckoning”, no entanto ainda algo básico, simples, que não surpreende.

“Lost In Darkness”, revela com o seu título o possível estado em que estavam os Escape The Fate quando compuseram este álbum. Ora pesado ora popish, transmite a sensação de instabilidade e discórdia quanto ao álbum em si.

Inicia com o final da faixa anterior e faz dela a reviravolta que todos queríamos, peso! Ainda que com algumas partes mais leves, mas bem encaixadas, e com um bom solo. Uma das melhores faixas do álbum!

Uma balada bonita era o que faltava neste álbum, que tem tido tantos altos e baixos, e aqui está ela! “World Around Me” é uma balada que abala por completo o espectro deste registo, e faz subir a sua qualidade consideravelmente!

O legado das guilhotinas continua, agora com a sua terceira parte. Consegue estar ao mesmo nível e acompanhar as suas irmãs mais velhas, e, no final de contas, acaba por ser também um resumo de todo o álbum. Uma faixa bruta, calma, em jeito de despedida e de apetite por mais, é sem dúvida, a faixa mais indicada para terminar o álbum…

…Mas o álbum ainda não acaba aqui. Entramos assim nas faixas bónus da versão deluxe.

“Liars And Monsters” é mais um exemplo do trabalho típico de Escape The Fate, nada adiciona, é mais uma faixa plana.

Já “The Final Blow” começa por se assemelhar à sua antecessora mas mostra-se ser mais rica depois do meio, algo já mais cuidado e estruturado.

Em jeito de remate final e a preencher a peça que faltava, um remix, este da faixa “Issues”. Com esta música temos um álbum rico em diversos géneros, formando um registo que percorre desde o Pop ao Metal, passando por um lado mais Dance/Electrónico.

De uma maneira geral este álbum afirma-se quase como sendo um tiro no escuro, sem um alvo, querendo agradar a todos mas acabando por não agradar a 100%, uma boa estratégia mas talvez um pouco mal aplicada. Demasiados altos e baixos, sem faixas arrebatadoras ao ouvinte, mas contando com um ou dois aspectos agradáveis.