domingo, 15 de agosto de 2010

Avenged Sevenfold, Nightmare (2010)

Heavy Metal


IT’S YOUR FUCKING NIGHTMARE! E assim entramos no pesadelo, deles e nosso.

A introdução em teclas leva-nos para um imaginário de berço, aconchegados com o nosso cobertor favorito e sentido tudo à nossa volta a embalar-nos, de repente o aparecimento da bateria que depressa destrói o imaginário criado anteriormente. Guitarras raivosas e voz irritada e sofredora. Toda uma faixa que tem o seu quê a familiar.

O mesmo sentimento de revolta é transposto para a segunda faixa “Welcome To The Family”, tendo como tema principal as dificuldades da vida e todos os obstáculos que temos de ultrapassar. As vozes sussurradas tomam um lugar importante nesta faixa sendo contrastadas com guitarradas que rasgam o silêncio.

Passamos então para a terceira página deste capítulo na história de Avenged Sevenfold, e pisamos a “Danger Line”. Faixa bastante frenética, cuja letra se baseia um pouco na amizade e na juventude, e, tal como em todo o álbum, na perda. Esta faixa conta ainda com sonoridades de trompete, piano e ainda assobios, para juntar às guitarras, baixos, bateria e voz!

“Buried Alive” é uma óptima balada de Heavy Metal, tem tudo o que se pretende: calma, voz melódica e sentida, um conjunto de cordas harmonioso, um refrão mais pesado e a causar impacto, solo progressivo, e uma parte mais agressiva a contrastar com a primeira. Uma faixa a ouvir do primeiro ao último acorde.

Continuamos este trilho auditivo e recebemos um pequeno presente, um instrumental a fazer lembrar o início de milénio, e com isso, os trabalhos primordiais de A7X. No entanto é perceptível a diferença da voz em relação a trabalhos anteriores, aqui encontra-se algo mais nasalada.

Mais uma faixa acerca da importância dos entes queridos, do amor e calor humano, daquele ombro no qual todos nós já chorámos, “So Far Away” enriquece este álbum com mais uma balada, chorada, sentida, querida.

Uma introdução algo misteriosa e repetitiva dá inicio a uma das faixas, se não a faixa, mais pesadas do álbum, “God Hates Us”! Depressa se desmistifica e saem para fora as batidas rápidas, as guitarras cortantes e, sim, os berros explosivos, mais graves do que estávamos habituados a ouvir Shadows expelir aqui há uns anos. O nome da música diz tudo.

As duas faixas inserem-se novamente no campo da música calma, continuando com o rumo do álbum, num misto de dor, mágoa, tristeza e saudade.

“Fiction”, originalmente entitulada “Death”, foi a última canção que o falecido The Rev escreveu, e nela mesma temos a oportunidade de ouvir a sua voz uma última vez, num dueto com Shadows. Deixando de parte as guitarras, o holofote brilha mais forte para as vozes, numa música negra e um tanto assustadora.

Dez minutos e cinquenta e seis segundos para o final deste registo e todos eles são ocupados por “Save Me” a faixa que se encontra em último lugar neste trabalho. Não difere muito das já apresentadas anteriormente, bom trabalho de voz, óptimo trabalho de bateria, excelente trabalho de cordas.

As cordas desempenham o seu papel perfeitamente bem, como sempre; a bateria, a cargo de Portnoy, formou um pilar sólido e sem frestas; apenas a voz ficou um pouco abaixo tanto das expectativas como do já antes apresentado, mas nem por isso compromete o produto final. Um álbum cheio de coragem, sentimento, carinho e muita emoção torna fácil a identificação do ouvinte com pelo menos uma das faixas e, de certo, um álbum a ouvir não apenas pelos fãs de música pesada mas pelos fãs de música, quebrando assim a barreira entre géneros.


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