“Metralhadora em vez de bateria”. É esta a frase que nos assalta o pensamento quando ouvimos The Black Dahlia Murder. Ícones do Brutal Death Metal, estes senhores que de fatinho e gravata nada têm expressam e enviam as suas mensagens através do que para muitos será considerado barulho, mas para os ouvidos apurados dos que se deleitam com este rol de berros e riffs sobre-humanos é a mais bela melodia.
Iniciando esta viagem com o estoirar da bateria seguida pelas guitarras num tom exuberantemente frenético (o qual se irá prolongar por todo o álbum), invade-nos a melodia da fúria, o desmembrar da calma, o esquartejar da paz! Growlings pesados por entre gritos agudos e perfurantes contam diversas histórias de diversos personagens ao longo das diversas faixas deste registo musical, embaladas por melodia de tal maneira empenhada que nos faz sentir por dentro da música.
As letras deste álbum focam-se no lado mais demente, mais insano, mais negro e retorcido (chegando mesmo a ser altamente doentio, nomeadamente nas faixas “Virally Yours” e “Deathmask Divine”) de uma série de personagens criadas pelo próprio Trevor (Vocalista e Letrista da banda), sendo estas baseadas em experiências de vida ou simplesmente vindas da mais pura e fértil imaginação.
Todo o acompanhamento instrumental é dotado de uma velocidade extrema que deixa qualquer um confuso com tanto som a decorrer em tão curto espaço de tempo. Mas não só de rapidez se afirma o instrumental, também dando um ar da sua graça, encontramos os solos de guitarra mais infernais nos momentos mais preciosos, quebrando por vezes a fúria iminente dos vocais agressivos e levando-nos para uma dimensão onde o ódio se torna amor. Sem esquecer ainda o ritmado e sempre presente estalar dos pratos da bateria que denunciam estridentemente o peso das melodias adicionando-lhes um toque subtil, e com uma certa classe, demonstrando que é preciso saber o que fazer e quando o fazer para que o resultado final seja não um enorme soar de tambores e pratos mas uma harmonia entre estes elementos.
Um álbum com pouco mais de meia hora, distribuída por 10 faixas, que eleva a um estado zen qualquer um que seja verdadeiro apreciador do peso mais pesado.
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